segunda-feira, 11 de maio de 2009

RIO CONGELADO


Assistir a um filme de um cineasta iniciante costuma ser algo muito curioso para mim. Talvez isso ocorra porque eu espero ansiosamente o dia que serei responsável pela primeira vez por uma produção que será apresentada e avaliada por uma porção de pessoas. No sábado, dia 02 de maio, tive a oportunidade de assistir ao primeiro filme de uma moça chamada Courtney Hunt: Rio Congelado. A sugestão foi do meu grande amigo Manoel que, acompanhado de outros dois amigos nossos (Wagner e Cristiano), esteve comigo no Cinemark Metrô Santa Cruz para conferir o filme numa sessão batizada “Sessão Cult”, voltada para produções alternativas, com apelo de público reduzido.

Na fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá, Ray Eddy (Melissa Leo), uma mulher abandonada pelo marido viciado em jogos, deve tomar conta dos dois filhos (uma criança e um adolescente) e ainda arranjar dinheiro para pagar a casa onde vive. O acaso leva Ray a encontrar Lila (Misty Upham), moça indígena, pertencente à tribo dos Mohalk, que ganha a vida como “coiote”, transportando ilegalmente imigrantes do Canadá para os EUA. Vendo no negócio ilegal a oportunidade de conseguir dinheiro para quitar a dívida que tem com a casa, Ray sugere a Lila uma sociedade e juntas passam a realizar o trabalho compartilhando os lucros.

Ray e Lila são personagens que possuem muito mais coisas em comum do que podem imaginar. Além da necessidade de dinheiro, ambas são mães e, cada uma em sua situação, precisa demonstrar a capacidade que tem de cuidar de suas crianças e reconquistar o amor delas. Courtney Hunt foi capaz de realizar um filme simples e eficiente, com momentos tensos e capazes de prender a atenção, embora o ritmo seja irregular, tornando a história um pouco arrastada em determinadas cenas. Como não poderia ser diferente, visto que se passa no inverno, Rio Congelado possui cores frias, o que contribui para o clima soturno da produção, que consegue transitar entre o drama e o suspense com muita facilidade.

O longa foi agraciado em 2008 com o Grande Prêmio do Júri do Sundence Film Festival (o mais importante e influente festival de cinema independente), além de ter sido premiado em outros festivais ao redor do mundo e sido indicado a duas categorias no Oscar 2009 (Melhor Roteiro Original para Courtney Hunt e Melhor Atriz para Melissa Leo). Nada mal para o primeiro filme de uma nova cineasta.

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